Por Sésio Santiago Freire Filho
Muitos são os Espíritas que pensam que o fato de terem apenas lido o livro dos Espíritos, significa necessariamente que tal livro foi estudado em toda a sua abrangência de conteúdo. Vários especialistas, dentre eles Mortimer Jerome Adler, afirmam que o fato de uma pessoa ter devorado com avidez um livro - seja por achá-lo interessante, seja por se ter pressa em dar conta de seu conteúdo – isso não significa que o individuo tenha estudado-o. Na grande maioria das vezes, esse tipo de leitura, é, ainda, bastante superficial. No geral, com freqüência o individuo ira tirar pouco proveito do que realmente leu, daí caso o mesmo não retorne ao texto, muita coisa se perderá alguns dias após a leitura.
Estudar o Livro dos Espíritos é algo muito mais abrangente do que apenas utilizar o processo de leitura. Estudar o Livro dos Espíritos, no seu sentido mais amplo, significa compreender o que se leu, meditar sobre os pontos principais, reter o fundamental. Por isso, o estudo desse livro requer um tempo bem maior do que apenas o tempo aplicado na leitura. Daí aqueles que realmente estudam, conquistam resultados mais profundos e duradouros.
Entretanto, mesmo durante a primeira leitura do Livro dos Espíritos, é útil assinalar as passagens consideradas mais importantes e fazer anotações ( no próprio texto e às suas margens). Isto nos permite voltar com maior facilidade aos pontos principais ou nos chama a atenção para a necessidade de retomar/aprofundar idéias expressas pelo autor. É importante, então, termos sempre lápis e caderno à mão, para assinalar ou anotar palavras desconhecidas, trechos importantes, dúvidas que surgem, pontos a serem pesquisados em outra fontes, etc...
Numa segunda Etapa, volta-se ao texto, agora para uma leitura mais pausada, buscando sua compreensão, parágrafo a parágrafo, localizando as idéias principais e as secundárias, tentando reconstruir o processo do pensamento dos Espíritos e captar a estrutura do texto.
Num terceiro momento, cuida-se da interpretação do texto, buscando explicitar os pressupostos que justifiquem a posição dos Espíritos, fazer comparações e associações das idéias contidas no texto com outras idéias das outras obras básicas, como também de outras obras de outros autores. Neste caso, a volta ao texto não será necessariamente um nova leitura (parágrafo a parágrafo), mas um reportar-se apenas aos trechos ainda não totalmente entendidos, ou aos que contenham idéias centrais ou aos que mais chamaram atenção.
Após a etapa de interpretação vem o quarto momento, o da problematização, que consiste no levantamento e discussão de questões explícitas e/ou implícitas no texto. Finalmente, a síntese pessoal, o quinto momento: a retomada do texto, com discussão, reflexão, crítica e tomada de posições pessoais.
Esses dois últimos momentos poderão ou não exigir nova(s) leitura (s) do texto como um todo (ou trechos), dependendo de como se desenvolveram os momentos anteriores e do registro que deles foi feito, e variando, também, conforme o grau de complexidade do texto.
Eis, em síntese, os passos que recomendamos a serem seguidos no estudo do Livro dos Espíritos como também das demais Obras da Codificação Espírita:
LER – integralmente e com entendimento (visão de conjunto);
IDENTIFICAR - o tema;
DESTACAR - as idéias principais;
LOCALIZAR - argumentos, fundamentações, justificações, exemplos ligados às idéias principai;
ANOTAR - dúvidas, impressões, associações, etc., despertadas pelo texto, bem como passagens que chamaram atenção;
FORMULAR - questões cujas respostas se encontrem no texto e/ou questões por ele suscitadas;
RESUMIR - construir um texto sucinto, que contenha as idéias mais importantes do texto estudado;
ESQUEMATIZAR - elaborar um quadro ou sinopse que permita visualizar a estrutura, o planejamento do texto, expondo suas idéias centrais;
INTERPRETAR - comparar/associar as idéias dos Espíritos (com as pessoais, do leitor; com outras do mesmo autor; com as de outros autores);
CRITICAR - formar opiniões próprias a respeito das idéias dos Espíritos, fazer apreciações e juízo pessoal do texto. Entretanto é importante ressaltar que esse Juízo pessoal perante o texto lido, não se faz obrigatoriamente uma verdade Espírita.
Costumo ter sempre um bloco para anotar os questionamentos, as dúvidas e o meu sentir. Muito elucidativo o texto.
ResponderExcluirMuito bom
ResponderExcluirCARLOS A. PIMENTEL 15/05/2018 VOU TENTAR APLICAR DESSA FORMA PARA TER UMA MELHOR ENTENDIMENTO. OBRIGADO
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