domingo, 8 de janeiro de 2012

Análise crítica do texto “Alimentação dos Espíritos” da autoria de Ricardo Di Bernardi, com base nas Obras Básicas da Doutrina Espírita. (2ª Parte)



Por Maria das Graças Cabral
O presente artigo, prossegue na análise crítica ao texto “Alimentação dos Espíritos”, tendo como objeto, as questões tratadas por Ricardo Di Bernardi, no que concerne ao “perispírito” e “alimentação dos espíritos’. Serão as Obras Básicas da Doutrina Espírita, que validarão ou não a tese apresentada, a qual tem por base, entendimentos de Espíritos e/ou médiuns, considerados “confiáveis” pelo autor do texto.
 
 
Inicialmente, Ricardo Di Bernardi se reporta à flexibilidade do perispírito, asseverando que: “O corpo espiritual apresenta-se moldável conforme as emanações mentais do Espírito. Cada espírito apresenta seu perispirito ou corpo espiritual com aspecto correspondente a elevação intelecto-moral. Seu estado psíquico vai determinar a sutilização do seu corpo.” (grifei)
 
 
No que concerne ao acima exposto, encontramos fundamentação na Doutrina dos Espíritos, posto que, no livro A Gênese, quando trata da Formação e Propriedades do Perispírito, está expresso que os Espíritos agem sobre os fluidos espirituais através do pensamento e da vontade. Preceituam os Mestres Espirituais, que freqüentemente as transformações são o produto de um pensamento “inconsciente“. É assim, que um Espírito se apresenta perante um encarnado dotado de visão psíquica, sob a aparência que tinha quando se conheceram, mesmo que depois de várias encarnações. E prosseguem exemplificando, que se o Espírito foi uma vez negro e outra vez branco, apresentar-se-á como negro ou como branco, segundo qual das duas encarnações será evocado, e à qual se reportará seu pensamento. (A Gênese, Cap. XIV, item 14)
 
 
Quanto à sutilização do corpo fluídico, determinada pelo estado psíquico do Espírito, prevê a mesma obra, que “a natureza do envoltório fluídico está sempre em relação com o grau de adiantamento moral do Espírito. Os Espíritos inferiores não podem mudá-lo à sua vontade, e por conseguinte não podem se transportar à vontade de um mundo para outro.” (A Gênese, Cap. XIV, item 9) (grifei)
 
 
Acompanhando o desenvolvimento do trabalho, nos deparamos em seqüência com as seguintes elucidações, advindas segundo as palavras do autor, de inúmeros autores espirituais. Vale advertir, que à partir de então, as idéias propostas não encontram mais nenhum respaldo na Doutrina Espírita, como será demonstrado oportunamente.
 
 
Assim se expressa o autor: O corpo espiritual é estruturado por aparelhos ou sistemas que se constituem de órgãos; estes órgãos são formados por tecidos que, por sua vez, são constituídos por células. Há inclusive patologias celulares tratadas em hospitais da espiritualidade. O chamado mundo espiritual é (no nosso nível) um mundo material de outra dimensão.” (grifei)
 
 
Acrescenta Ricardo Di Bernardi, que “as células do corpo espiritual, em nível mais detalhado, são formadas por moléculas que se constituem de átomos. Os átomos do perispírito são formados por elementos químicos nossos conhecidos, além de outros desconhecidos do homem encarnado.” Em seguida, sugere a leitura das obras de Gustave Geley e Jorge Andréa, onde se encontra referências mais específicas ao corpo espiritual.
 
 
Adiante - para justificar a tese da alimentação dos Espíritos - aplica ao perispírito, os mesmos princípios da física destinados à matéria, assim se expressando: “Sabemos pelos mais elementares princípios da física, que todo corpo em movimento (vibração) no universo gasta energia, logo precisa repô-la o que equivale a se alimentar. As leis da física não são leis humanas mas leis divinas (ou naturais) às quais estão sujeitos todos os elementos do cosmo. Há portanto um desgaste energético natural do corpo espiritual pelas suas atividades o que o leva a necessidade de ser alimentado por fontes de energia.” (grifei)
 
 
Em seguida, prossegue lançando mão de ‘ensinamentos’ oriundos de Espíritos alienígenas à Doutrina Espírita, asseverando que “dependendo do nível evolutivo do espírito, e conseqüente densidade do perispírito, varia a qualidade do alimento ou energia que o mesmo necessita para manter suas atividades. Espíritos superiores simplesmente absorvem do cosmo os elementos energéticos ("fluídicos") que necessitam. Ao se colocarem em oração (no sentido mais profundo), sintonizam com níveis energéticos ainda mais elevados (freqüências mais altas) aurindo para si o influxo magnético revitalizador, alimentando suas "baterias" espirituais.” (grifei)
 
 
Acrescenta que, “com relação aos espíritos mais relacionados com a nossa realidade, ou seja que ainda apresentam dificuldades em superar as tendências egoísticas, portanto traduzindo na configuração de seu corpo espiritual uma maior densidade, as necessidades são proporcionalmente mais densas.” (grifei)
 
 
Por fim, o autor traz a lume as “novidades” instituídas pelo Espírito André Luiz, através da emblemática obra Nosso Lar, asseverando que “em colônias espirituais, os espíritos precisam da ingestão de alimentos energeticamente mais densos, fazendo-o de forma muito semelhante a nós encarnados. E recomenda “o estudo mais detalhado da obra "Nosso Lar" de André Luiz, que foi precursora de dezenas de outras onde se faz referência a alimentação, até as mais recentes "Violetas na Janela" etc.” (grifei)
 
 
No que tange às obras acima indicadas por Ricardo Di Bernardi para estudo mais detalhado, vale ressaltar que as mesmas não podem ser consideradas espíritas, pois não se coadunam em vários aspectos, com os preceitos doutrinários contidos nas Obras Básicas da Doutrina Espírita.
 
 
No que concerne à alimentação dos Espíritos, constatamos que tais orientações não encontram validação nas Obras Básicas da Doutrina Espírita, como veremos a seguir. Inicialmente, para que os leitores e leitoras tenham uma melhor compreensão do assunto em comento, faz-se por oportuno observar, que o perispírito exerce funções diferenciadas para o Espírito na condição de encarnado, e quando desencarnado.
 
 
A utilidade do perispírito para o Espírito encarnado, segundo os esclarecimentos de Allan Kardec, na Introdução de O Livro dos Espíritos (LE), é de liame que une a alma ao corpo, princípio intermediário entre a matéria e o Espírito.” A união da alma ao corpo começa na concepção, quando o Espírito se liga ao corpo por um “laço fluídico“, o qual se prende célula a célula ao corpo carnal em formação. Assim, transmite as percepções e sensações do corpo físico ao Espírito, e vice-versa. Vale ressaltar, que é no Espírito que reside a sede da inteligência e das lembranças. Através do perispírito, o Espírito agirá no cérebro humano.
 
 
Já para o Espírito desencarnado, o perispírito deixa de ser liame e passa a ser o envoltório do Espírito, que tomará a forma ao arbítrio do mesmo, podendo tornar-se visível e mesmo palpável para os encarnados, conforme previsto em O Livro dos Espíritos. (LE., p. 95)
 
 
Reportemo-nos então, ao item III, de o LE, quando os Espíritos Superiores tratam das Percepções, Sensações e Sofrimentos dos Espíritos. O Codificador da Doutrina Espírita, lança os seguintes questionamentos: Pergunta 253: - Os Espíritos experimentam as nossas necessidades e os nossos sofrimentos físicos? Resposta: - Eles o conhecem, porque os sofreram, mas não os experimentam como vós, porque são Espíritos. (grifei)
 
 
Em seguida indaga Kardec na pergunta 254: Os Espíritos sentem fadiga e necessidade de repouso? Resposta: Não podem sentir a fadiga como a entendeis, e portanto não necessitam do repouso corporal, pois não possuem órgãos em que as forças tenham de ser restauradas. Mas o Espírito repousa, no sentido de não permanecer numa atividade constante. Ele não age de maneira material, porque a sua ação é toda intelectual e o seu repouso é todo moral. Há momentos em que o seu pensamento diminui de atividade e não se dirige a um objetivo determinado; este é um verdadeiro repouso, mas não se pode compará-lo ao do corpo. A espécie de fadiga que os Espíritos podem provar está na razão da sua inferioridade, pois quanto mais se elevam, de menos repouso necessitam. (grifei)
 
 
Por fim, vejamos a pergunta 255 lançada pelo Codificador: Quando um Espírito diz que sofre, de que natureza é o seu sofrimento? Resposta: - Angústias morais, que o torturam mais dolorosamente que os sofrimentos físicos. (grifei)
 
 
Diante do exposto, infere-se que: 1º) As necessidades físicas de que se queixam os Espíritos são apenas “impressões”; 2º) Os Espíritos não precisam de repouso, nem obviamente de alimento, posto que não possuem órgãos em que as forças tenham de ser restauradas, nem muito menos aparelho digestivo, sistema circulatório, nervoso ou genésico; 3º) O sofrimento do Espírito é totalmente moral, e não físico.
 
 
Não obstante, quando leio mensagens mediúnicas positivadas em livros, revistas, artigos, etc., que fundamentam os mais diversos trabalhos, como o texto sob análise, e não encontro respaldo nos preceitos espíritas, questiono: - De onde esses Espíritos e/ou médiuns, trariam tais descrições e/ou informações?
 
 
Chego a pensar na seguinte hipótese: - O Livro dos Espíritos, ao tratar da Encarnação em Diferentes Mundos, apresenta uma explanação feita por Kardec, à respeito da condição dos Espíritos encarnados em mundos elevados. Identifico “semelhanças” no que é narrado pelos Espíritos/médiuns, aos quais se reporta o autor do texto sob análise, ao tratar da vida espírita. Observem as elucidações do Codificador: “À medida que o Espírito se purifica, o corpo que o reveste aproxima-se igualmente da natureza espírita. A matéria se torna menos densa, ele já não se arrasta penosamente pelo solo, suas necessidades físicas são menos grosseiras, os seres vivos não têm mais necessidade de se destruírem para se alimentar. (...) Quanto menos material é o corpo, está menos sujeito às vicissitudes que o desorganizam; quanto mais puro é o Espírito, menos sujeito às paixões que o enfraquecem. (...)” (LE., p. 182) (grifei)
 
 
Diante do exposto, penso que poderia haver uma ‘distorção’ no relato e/ou interpretação dos Espíritos e/ou dos médiuns no que concerne às suas respectivas experiências espirituais. Será que na realidade, tais Espíritos e/ou médiuns não estariam narrando a vida dos Espíritos encarnados em mundos mais elevados? .
 
 
Só vislumbro essa possibilidade, pois no que tange à vida espiritual do planeta Terra, conforme o previsto de forma clara nas Obras Básicas, a realidade é totalmente diversa das notícias trazidas pelos Espíritos e/ou médiuns, aos quais se reporta o autor do texto em comento!
 
 
É fato que, enquanto encarnados na Terra, planeta de provas e expiações, teremos um corpo denso, com um organismo complexo, suscetível às mais diversas mazelas e prazeres. O elo de ligação entre este e a alma, como já foi dito exaustivamente, é o perispírito, formado pelos fluídos próprios do planeta.
 
 
Não obstante, quando desencarnado, consoante orientações dos Mestres Espirituais, e as mais diversas comunicações mediúnicas apresentadas pelo Codificador na Revista Espírita e nas Obras Básicas, não estará o Espírito mais atrelado às carências físicas, exigidas pelo organismo humano. O corpo fluídico do Espírito, como dito anteriormente, não tem órgãos, pois estes só têm finalidade, para o corpo humano vivo. O Espírito não enxerga pelos órgãos da visão, não ouve pelo aparelho auditivo, não fala pela boca, etc. Seus sentidos, estão por todo o corpo fluídico que o envolve! Suas percepções e sensações, se adequarão a uma outra realidade espaço/temporal, própria da dimensão espiritual onde passa a viver.
 
 
O Espírito de volta ao plano espiritual, não lutará mais pela sobrevivência física, de um corpo que já se decompôs. Sua luta será totalmente voltada às questões de cunho intelecto/moral, que o levará a profundas reflexões e avaliações sobre tudo o que vivenciou, e o que foi importante para sua evolução. Analisará seus erros e acertos, objetivando novos propósitos a serem realizados em uma próxima encarnação. Como somos resistentes a essas verdades!
 
 
Isto posto, entendo que os equívocos do texto, ocorrem principalmente, quando Espíritos/médiuns e autor, recorrem a outras áreas do conhecimento, e/ou a outras filosofias religiosas alienígenas, na busca de sustentação para mensagens espirituais de teor discutível, tentando a todo custo adequá-las à Doutrina dos Espíritos, embora tais idéias em nada se coadunem com os preceitos doutrinários espíritas.
 
 
Outro aspecto importante a considerar, que muito compromete a seriedade do trabalho objeto da presente análise - é o critério utilizado pelo autor, para validação das mensagens mediúnicas apresentadas como fonte de embasamento de sua tese. Ricardo Di Bernardi expressa uma confiança “incondicional” nos médiuns famosos aos quais se reporta, e nas mensagens dos Espíritos que por eles se manifestam. Não se atenta à grande lição deixada pelos Espíritos Superiores em O Livro dos Médiuns, quando nos alertam que no planeta Terra não existem médiuns perfeitos. Os bons médiuns são raros! E portanto, TODOS são mistificados. Alguns mais, outros menos.
 
 
Quais as conseqüências de tantas informações distorcidas? - Inúmeras falsas “revelações“, que se incorporam aos ensinamentos espíritas como verdades doutrinárias, embora em total desacordo com princípios propostos na Codificação kardeciana. Como também, sérios conflitos de entendimento, os quais, tanto o Codificador lutou por evitar, se esmerando no vocabulário, organização, explicações, esclarecimentos, e controle dos ensinamentos ministrados pelos Espíritos Superiores, e positivados na Revista Espírita e nas Obras Básicas da Doutrina Espírita.
 
 
No que tange à questão das emblemáticas “colônias espirituais“, mencionadas pelo autor do texto analisado, sugiro aos leitores que confiram o artigo intitulado “Umbral e Nosso Lar - Uma realidade não existente face a Doutrina dos Espíritos”, publicado no presente blog Um olhar Espírita, quando tratamos de regiões delimitadas no plano espiritual destinadas ao sofrimento ou à felicidade do Espírito. Faz-se também imprescindível para um melhor aprendizado, o estudo do Capítulo VI, Vida Espírita, complementado pelo Ensaio Teórico Sobre a Sensação nos Espíritos, desenvolvido por Allan Kardec, contido no Livro Segundo de O Livro dos Espíritos; e o Capítulo II, item IX, Paraíso, Inferno, Purgatório. Paraíso Perdido, do Livro Quarto da mesma obra.
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CABRAL, Maria das Graças. Umbral e Nosso Lar - uma realidade não existente face a Doutrina dos Espíritos.
KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Editora LAKE, 62ª edição, SP, 2001.
KARDEC, Allan. O Livro dos Médius. Editora LAKE, 22ª edição, SP, 2002.
KARDEC, Allan. A Gênese. Editora LAKE, 20ª edição, SP, 2001.

5 comentários:

  1. Como faz falta um estudo minucioso. Eu também me perguntava no início dos seus textos explicativos, de onde viriam afirmações divergentes das obras básicas.

    Bom, como diz o ditado: "Não vamos nos afobar". A nossa necessidade está longe de ser a pressa. Mesmo assim, confesso, que já pisei nesta casca de banana.

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  2. Em se tratando de mundo espiritual, o ciclo não está fechado, muito ainda há a se descobrir, ninguém vem de lá para corroborar as afirmações de Kardec, ou de André Luiz, ou de outros - Cairbar Schutel, Eurípedes Barsanulfo, Meimei, Scheilla ("segundo a literatura espírita, os espíritos Cairbar Schutel e Scheilla dirigem a Colônia Espiritual Alvorada Nova, onde Scheilla coordena o hospital Casa de Repouso"), Anália Franco, todos estes apresentando algum conteúdo fora dos padrões doutrinários, seriam eles espíritos enganadores, mesmo com todo o seus histórico de bem servir quando encarnados? Ainda há muitos mistérios em aberto. E esse vazio irá demorar a ser preenchido. Por hora, esqueçamos a parte técnica, deixemos para os cientistas, e sigamos os ensinamentos de Jesus Cristo. Até mesmo nos evangelho dos apóstolos há itens polêmicos. Inclusive nas cartas de Paulo. Então sigamos os nossos corações e nos prontifiquemos a serviço do bem.

    Etiene Melo - Recife

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  3. Etiene, apenas te questiono: quem garante que as mensagens são realmente desses Espíritos? O médium? Te convido a realizar o estudo de O Evangelho Segundo o Espiritismo, na Introdução, item 2, quando Kardec fala sobre a universalização das informações. Tudo deve passar por esse controle universal, criado por Kardec, para ter segurança no que fosse publicado. Pelo que sei, nenhuma dessas obras ditas espíritas passaram por esse controle, logo todas elas podem ser falsas. Vamos estudar a codificação, pois ali está o Espiritismo.

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  4. Digno de menção honrosa o escalerecimento lucido. Nossa! Como é bom me deparar com tamanha clareza e didática exposição. Grato!!!
    Bom, na minha humilde opinião os equívocos que constam nos livros de médiuns famosos, em especial, os do Chico, se devem ao caracter predominante da religiosidade.
    Onde há religião há mistificação, onde há mistificação, abre-se o espaço para os mistificadores.
    Apesar desses deslizes, considero a relevância do ensinamentos morais elevadíssimos e jamais deixaria de agradecer, pois foram essas obras e outras que me ajudaram a chegar ao lugar que ainda não cheguei, rs.
    O conhecimento não para, a cada indivíduo e a cada fase da jornada temos mestres a elas pertinentes, até que fontes mais isentas e fidedignas nos favoreceram com maiores esclarecimentos.
    Até lá, a luta continua companheiros!

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  5. Os espíritos podem comer e beber no mundo espiritual???
    Andre Luiz narra em suas obras que sim, que os espíritos podem tomar sopas e sucos de frutas podem comer e beber.
    Kardec já explica que isso não existe, que os espíritos inferiores como estão apegados as coisas materiais e terrenas eles criaram as ilusões das necessidades materiais em suas mentes.
    Eles pensam que sentem essas necessidades, mais são ilusões.
    Os espíritos não podem comer e beber no mundo espiritual.

    Vejamos esse texto de Kardec.


    Revista Espirita ANO 2 - ABRIL 1859 - Nº. 4 de Kardec

    Há sensações que têm sua fonte no próprio estado de nossos órgãos; ora, as necessidades inerentes ao nosso corpo não podem ocorrer do momento que nosso corpo não existe mais. O ESPÍRITO NÃO SENTE, POIS, NEM A FADIGA, NEM A NECESSIDADE DE REPOUSO, NEM A DE ALIMENTAÇÃO, PORQUE NÃO TEM NENHUMA PERDA A REPARAR; NÃO É AFLIGIDO POR NENHUMA DE NOSSAS ENFERMIDADES.

    As necessidades do corpo ocasionam as necessidades sociais, que não existem mais para os Espíritos: assim, para eles, os cuidados dos negócios, os tormentos, as mil tribulações do mundo, as aflições que se dão para se proporcionar as necessidades ou as superfluidades da vida não existem mais; têm piedade do trabalho que nos damos por vãs futilidades; e, todavia, tanto os Espíritos elevados são felizes, quanto os Espíritos inferiores sofrem, mas esses sofrimentos são de preferência angústias, que por nada terem de físicas não são menos pungentes; eles têm todas as paixões, todos os desejos que tinham em sua vida (falamos dos Espíritos inferiores), E SEU CASTIGO É NÃO PODER SATISFAZÊ-LOS; PARA ELES, É UMA VERDADEIRA TORTURA, que crêem perpétua, porque sua própria inferioridade não lhes permite ver o fim, e lhes é, ainda, um castigo.

    Revista Espirita ANO 2 - ABRIL 1859 - Nº. 4 de Kardec

    Como disse Kardec

    O ESPÍRITO NÃO SENTE, POIS, NEM A FADIGA, NEM A NECESSIDADE DE REPOUSO, NEM A DE ALIMENTAÇÃO, PORQUE NÃO TEM NENHUMA PERDA A REPARAR; NÃO É AFLIGIDO POR NENHUMA DE NOSSAS ENFERMIDADES.

    Vejamos essas questões.

    Andre Luiz narra em sua obra Nosso lar que os espiritos podem comer e beber e que podem tomar sucos de frutas e sopas.
    Perguntamos, da onde vem essas frutas para fazer esses sucos???
    Existem arvores dando frutas no mundo espiritual???
    É possível que exista no plano espiritual plantações de arvores frutíferas???
    Andre Luiz não explica essa questão.

    Ele fala também de sopas, perguntamos, da onde vem os legumes para fazer tal sopa???
    Existem plantações de legumes no plano espiritual???

    Se os espíritos podem comer e beber, eles tem que mais tarde eliminar essas substancias perguntamos, os espíritos desencarnados podem evacuar e urinar???

    Andre Luiz mistificou nessas informações que os espíritos podem comer e beber.


    Wilson Moreno

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